Desejos

Tanto na gravidez do Luca, quanto na da Diana, não tive nenhum desejo especial. Nunca quis misturar banana com tomate - nem nunca pedi ao Lúcio para comprar suco de cajá às cinco da manhã (mesmo porque ele não iria!).

Mas acabei de repetir, sem querer, uma cena que me marcou quatro anos atrás: fui para a cozinha, depois da meia-noite, para fazer um bolo de cenoura, sobre o qual li no maiscanela.blogger.com.br.

Na gravidez do Luca, a receita era de pão integral. E eu queria porque queria comer antes de dormir. Da mesma forma que hoje eu quero porque quero comer uma fatia desse bolo antes de dormir. Se a receita vai funcionar comigo ou não, não tem a menor importância. :-)

Exemplo

Eu tenho pensado muito sobre o que eu faria diferente com você em relação ao que fiz até agora com o Luca... E cheguei à seguinte conclusão: nada! Tenho certeza de que vou soar metida, dona de mim, mas acho que criar um filho não tem muito segredo, não. Basta se guiar pelo instinto e pelo amor.

Eu e seu pai não temos nada no mundo seja mais importante do que o seu irmão - e agora você. Confesso que às vezes sou impaciente, que seu pai às vezes é desligado demais, mas em geral, somos pais presentes, precupados, ligados e apaixonados. Com isso, reconheço no Luca uma auto-estima lá em cima, é seguro, conversador, interessado.

Se ninguiém mexe em time que está ganhando, aposto como você vai crescer assim também. Vamos dar a você o mesmo amor, a mesma atenção, a mesma segurança. Segurança de quem pode sair de perto - mas não sai nunca do coração. O importante, Diana, é ser feliz, dar muita risada, ver o mundo um pouco cor-de-rosa.

Babies in Tribeca

Três fatos (e fotos)

Hoje aconteceram três coisinhas que me marcaram:

- Senti a barriga mais alta, quase encostando no peito;
- Fizemos uma seção de fotos lindas na pontezinha que liga dois prédios em Tribeca;
- Senti umas cólicas a caminho do trabalho, que me lembraram as contrações de Baby Luca. Não foram nada, como diria seu irmão.

27 semanas

O tempo está voando, Diana. Temos só três meses pela frente até você desembarcar nesse louco mundo doce. Pelo que vi hoje na internet, você está crescendo bem nessa fase: está com cerca de 36 centímetros dos pés à cabeça e quase um quilo. Você consegue abrir e fechar os olhos. Dorme e acorda, em intervalos regulares. O seu pulmão ainda está bem fraquinho. Os soluços passam a ser mais freqüentes daqui pra adiante. Mas não incomodam você. Vou ficar de olho, para ver se detecto alguma "crise" de soluço. E, quando você nascer, vou ler o livro "O soluço do Lúcio", que a Paulinha deu pro Luca. O Lúcio, no caso, é um hipopótamo. (Detalhe: seu pai é beeem magrinho!)

Presentinhos

Depois de longos 17 dias, seu pai e seu irmão voltaram do Brasil. Trouxeram tantos presentes para você. Sua avó Regina mandou as roupinhas de bebê do Luca, todas lavadas e super bem cuidadas. Como ele crescia num ritmo acelerado, os modelos tiveram pouco uso. Os macacões, os bodies, os casaquinhos... vão ficar lindos em você, são em tons neutros, como amarelo, verde, azul-marinho.

Mas, nada neutra, é a coleção da Lilica Ripilica que ganhamos da família de Passo Fundo. Cada roupa é um sonho, Diana. Da avó Eremita, um conjunto todo fru-fru, romântico, de saia, calça e blusa com fitinhas nas laterais. Da tia Jane, uma calça jeans com blusa branca com um mini-brilho charmosíssimo. E da tia Solange, mais um conjuntinho, com uma faixa pra cabeça.

Não tenho saída. Você vai ser uma boneca! Vou ter de me acostumar aos lacinhos, por exemplo. Brincos, será que teremos coragem?! Eu, que sempre ameacei vestir a minha filha de cáqui, estou conhecendo um novo mundo com a sua chegada.

Comparações

Ando pensando muito nas coincidências e diferenças entre essa gravidez e a do seu irmão. Há mais diferenças, veja só:

- Quando estava grávida do Luca, não senti enjôos, tanto que só descobri que estava grávida na 10a semana de gestação. Agora, tive um único enjôo e foi punk.
- A barriga... acho que a do Luca era mais saliente, maior. A sua é mais baixa e menos concentrada, linda do mesmo jeito.
- Os cuidados com a alimentação estão sendo menos intensos dessa vez. Na gravidez do Luca, fiz acompanhamento com uma nutricionista. Mas era uma outra realidade, já que eu tinha mais tempo para cuidar de mim e mais infra dentro de casa.
- Os exercícios: na gravidez do Luca, fiz hidro e ioga. Adorava a hidro, mas me dediquei apenas à ioga no fim - e acho que jamais terei alguma simpatia por ioga nessa vida. :-)
- As caminhadas na beira da praia de 2002 estão sendo substituídas por 40 minutos no transport, dia sim, dia não, desde que descobri que estava ganhando peso muito rapidamente.
- A variedade de assuntos é maior agora. Na primeira gravidez, eu só pensava em bebês. Só lia sobre bebês. Só falava disso. Agora acho que estou um pouco mais saudável, mais ligada à realidade além-barriga.
- Os palpites, ah os palpites. Quando estava no Rio, ouvia muita opinião, mesmo de quem não tinha intimidade. Agora estou mais protegida porque trabalho com menos gente e conheço menos gente ainda em Nova York.
- A disposição, graças a Deus, é a mesma da outra vez: enorme. Disposição e bem estar. Além daqueles 70 quarteirões de outro dia, no último domingo andei da rua 14 com 8a Avenida até a West Broadway com Duane Street. Livre, leve (pero no mucho) e solta.
- A sensação de estar desconectada do resto do mundo é a mesma agora e em 2002. É como se eu fizesse parte da minha vida, mas pudesse me desligar quando bem quisesse.
- O sono é demais, sempre. A diferença é que antes eu dormia 10 horas. Agora durmo 8, 9 - por causa do agito de Baby Luca.
- A capacidade de não me preocupar demais... é disso que mais sinto orgulho, no seu caso e no caso do Luca. Levo a gravidez numa boa, feliz, sentindo incômodos de vez em quando, demorando a me acostumar a não mais dormir de bruços, mas sem drama.
- Valorização desse tempo. Sempre soube que os nove/dez meses passariam muito rapidamente. Estou curtindo cada dia, talvez até mais do que em 2002, quando a ansiedade parecia incontrolável.

Ah, depois completo essa lista...! Tenho tanta coisa a dizer!

De olho no próprio umbigo

Antes de dormir, olhei um site que me deu boas dicas de como cuidar do seu umbigo, depois que você nascer. A gente esquece o básico, às vezes, de uma gestação para outra! Agora não vou esquecer mais:

"Alguns bebês têm mais secreção que outros, mas geralmente, a limpeza do local três vezes ao dia, uma após o banho e as outras duas, após a troca de fralda, é suficiente.Uma boa dica para evitar contaminações, é lavar as mãos após a troca de fraldas antes de cuidar do umbigo ou cuidar dele antes de limpar os genitais. O melhor produto para a higiene é o álcool a 70%, muito usado nas maternidades. Para limpar, levante o coto (parte que restou do cordão) com cuidado, para não puxar, molhe levemente a ponta da haste flexível (cotonete) com o álcool e limpe a base do coto, local onde mais se acumula a secreção. Não se preocupe, pois este tecido já perdeu sua função e não possui mais sensibilidade, portanto o bebê não sentirá dores, apenas um pequeno incômodo devido à temperatura fria do álcool. Após a limpeza, cubra-o somente com a parte superior da fralda descartável. O umbigo cai em média de sete a quinze dias após o nascimento, dependendo da higiene (quanto mais limpo você manter o local, mais rápido ele cairá). Porém, se não cair antes de vinte dias, não se preocupe, pois depende também do organismo do bebê. Quando o umbigo está por cair ou logo após a queda, podem ocorrer pequenos sangramentos, isso é normal."

Arrumações

Seu pai chega segunda, com as roupinhas de recém-nascido do Luca que você vai reaproveitar. Voce já tem algumas, próprias, que ganhou dos amigos ou de mim mesma. Hoje, abri espaço para guardar seu mini-enxoval. Tão bacana fazer isso, tarde da noite, com sono, mas sem nenhuma vontade de dormir. Sentir a textura das roupas me faz imaginar seu rosto, seus braços, sua barriguinha...!

Suas roupas de 0 a 3 meses serão de frio. Quando você nascer, Nova York estará inaugurando o inverno. Bom pra mim, que não vou enfrentar o calor, mas um desafio para você, que vai encarar esse tempo gelado quando for ao pediatra, quando for buscar o Luca na escola, quando for ao supermercado.

Apendi com as mães novaiorquinas que a vida no frio é como outra qualquer. Ninguém deixa de fazer nada por causa das baixas temperaturas. Um pouco mais de roupa - e o bebê estará protegido. Se Deus quiser, terei muito leite e nutrientes para te fortalecer contra qualquer gripe.

A partir dos 3 meses, o seu guarda-roupa sofre uma virada. No fim de fevereiro, desembarcamos no verão carioca. Choque térmico para você, choque cultural para nós, adultos. No fundo, sei que vai ser lindo reencontrar lugares queridos no Rio para apresentá-los a você. Toda a felicidade do mundo para nós, do Leme ao Pontal.

Boas maneiras

A Roberta, que escreve o excelente aprimeiraviagem.zip.net, elaborou uma espécie de manual da boa vizinhança com uma grávida. Ela resumiu em dez pontos tudo que sempre pensei durante a gravidez do Luca, por isso resolvi reproduzir aqui. Não deixem de acompanhar o blog dela (link "Grávidos", à direita, embaixo) e de dar os parabéns à futura mãe do Antonio por esta listinha sensacional:

1) Jamais chame-a de gordinha ou fofinha. Barriguda ou barrigudinha são modos bem mais carinhosos e porque não dizer, bem mais gentis.

2) Não conte nenhuma história triste relacionada a outra gestação. Ela vai ficar mais feliz se você, por exemplo, convidá-la para ver uma comédia água com açúcar no cinema.

3) Nunca diga que o filho que ela carrega na barriga é apressado (se parece que vai nascer antes do tempo) ou preguiçoso (se não der o ar da graça na data prevista do parto). Mãe nenhuma vai concordar com isso.

4) Ainda que a grávida que você conhece pareça um dálmata, não comente sobre as manchas que apareceram na pele dela. Esse é um assunto proibido, assim como os pés inchados ou o possível surgimento de estrias, celulites ou coisa parecida.

5) Não comente que a barriga dela está grande ou pequena demais para determinada idade gestacional. Naturalmente, todas as grávidas já costumam fazer essas comparações. E ficam sempre tensas com o tema.

6) Se o pai ou o avô tem quase 2 metros de altura não quer dizer, necessariamente, que o bebê vai nascer gigante. Barriga pequena também não é sinônimo de criança mínima e abaixo do peso.

7) Evite perguntar quanto ela engordou. É indiscrição demais.

8) Afirmar que o corpo dela nunca mais voltará ao "normal" é maldade. E também uma grande mentira. Sabemos muito bem que amamentar emagrece e que o resultado pós-parto vai depender do esforço físico de cada uma.

9) Não faça afirmações como "grávida não pode usar salto alto", "não deve fazer ginástica", "está proibida de dirigir". Todas estão sob acompanhamento de um médico (supostamente confiável) e ele é a pessoa mais apta para dizer o que é proibido ou não.

10) A sua gravidez, a da sua mulher ou a de uma prima de segundo grau não são nem serão iguais a nenhuma outra e muito menos servirão de exemplo para alguém. Por isso, nem ouse palpitar sobre assunto algum.

Eu pessoalmente acho que essa lista é interminável. O que você acrescentaria?!

3D

Estamos aqui na dúvida se devemos ou não fazer a ultra 3D. Olha o palpite da médica:

"Por enquanto, o '4D sono' é considerado 'entertainment' porque não foi comprovado que adiciona informações a respeito da anatomia do bebê, em relação à '20 weeks sono'."

Adorei o termo entertainment. Acho que é isso mesmo. Essa ultra em três (ou quatro!) dimensões serve pros pais namorarem, imaginarem o rostinho do Baby que está pra chegar. Eu mesma adoraria te ver antes da hora. Porém, o hospital daqui cobra U$D 1000 pelo exame. Vou ver se faço no Brasil...!

Missão

Minha amiga Graziela, que acaba de voltar para o Brasil, me fez um pedido irrecusável. Ela quer que eu faça umas compras para o filho dela, que nasce uma semana antes de você.

- Não é pra ser um compromisso, hein, Cris?!

Imagina, vou é fazer a festa.

Ando meio obcecada por produtos e roupas de bebê. A Gap, claro, é a minha loja preferida. Não tem lá um estilo super próprio, original, mas tem promoções excelentes e qualidade muito boa.

Tenho pensado: bem que a Baby Gap poderia ter um programa de "milhagem", não é?! Eu daria a volta ao mundo -- com o seu pai correndo atrás de mim, para tirar o cartão de crédito dos meus domínios...!

Pé na jaca

Desde que o Lúcio e o Luca viajaram para o Brasil - faz uma semana - tenho tido tempo de comer direito, fazer exercício, cozinhar, bater perna por lojas e museus. Mas hoje "enfiei o pé na jaca", no churrasco de amigos do trabalho.

Todo ano é assim. Pegamos carona com alguém, andamos uma hora de carro e comemos e bebemos à vontade. Bom, hoje, bebi foi muito... suco de uva! Mas comer, comi de tudo...: picanha, lingüiça, farofa, salada de batata, uma indecência.

Todo mundo elogiou a minha barriga. Estava com uma camiseta básica da Gap, que mostra bem o contorno. A anfitriã, que não tem filhos, perguntou:

- Sete meses?!

A vizinha dela, que tem dois filhos, acertou na mosca:

- Seis meses?!

Mas um outro amigo do trabalho, errou feio:

- Quatro meses, Cris?!

Palpites... Alguns felizes, outros não...

Gordurinhas

Hoje completamos 25 semanas. Segundo os sites especializados, este é o momento em que você começa a ganhar "baby fat", ou seja, gordurinhas. Tomara que eu entre num processo contrário e passe a ganhar apenas "belly fat", ou seja, barriga e só. Brincadeiras à parte, continuo me sentindo super bem disposta.

Estou aproveitando as manhãs livres para fazer "transport", dia sim, dia não. Para cozinhar comidinhas saudáveis e apetitosas. Ontem, por exemplo, fiz panqueca de ricota com espinafre. Hum...! Mas hoje aproveitei a folga para ir ao South Street Seaport, olhar lojas. O dia estava lindo: céu azul, solzinho aceitável, brisa no rosto e a barriga chamando atenção e abrindo sorrisos por onde passava. Êta orgulho!

Semana que vem...

Seis meses!
E você deverá estar assim...!

Andanças

Você está cansada, Diana?! Pois passamos o fim-de-semana na rua, batendo perna: compras, museus, Quinta Avenida, de longe a passagem de som do Lenine no Central Park. Que farra! Soube que seu irmão e seu pai estão curtindo muito o Rio. Ou seja, estamos quites. No MoMA, eu comprei o "body" tamanho 12-18 meses, que está abaixo, para você. Ninguém estará mentindo, não é?!

Diana de Manhattan

Consulta

Fiz hoje mais uma consulta de rotina com a dra Chen. Está tudo bem. O meu peso está um pouco acima do ideal: engordei 9 quilos nessas primeiras 24 semanas. (Ainda faltam 16...!) Mas o tamanho da barriga está totalmente compatível com o tempo de gestação, a minha pressão está perfeita, a disposição está 100%. A médica insistiu na prática de exercícios, nas caminhadas. Vou aproveitar que o Luca e o Lúcio ficarão fora 15 dias para fazer um mini-spa na piscina e na academia do nosso prédio. :-)

A dra Chen me deu uma outra idéia. Disse que - como tenho tendência a ter filhos grandes! - se o parto acontecer antes das 40 semanas, aumentam minhas chances de um parto normal. Não que a cesariana tenha me deixado qualquer trauma, mas queria ter essa outra experiência. Ou seja, a partir das 36 semanas, vamos começar a avaliar a possibilidade de te dar um "empurrãozinho". Tudo bem light, sem qualquer medicação especial.

Cancún

Diana, querida, completamos hoje 24 semanas juntas. Estou numa disposição invejável, segundo me disse uma turista paulistana em Cancún.

- Nossa, como você conseguiu fazer snorkel com esse barrigão?

Ainda mais ajudando seu pai a puxar o Luca pela contra-corrente num arrecife da Isla Mujeres...! A viagem para Cancún foi o máximo. É claro que depois de caminhar horas no sol dentro de um parque aquático ou de passar outras muitas horas entre a piscina e a praia do hotel, a barriga doeu um pouco. Sabe aquela sensação de quando a gente corre de boca aberta?! Você ainda não sabe... mas vai saber um dia. É uma sensação incômoda e boa ao mesmo tempo.

Diana e Luca